Conceito | Concepção norteadora |
Espaço Geográfico e Espacialidade | O espaço geográfico é o conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes técnicas, prédios, ruas) e de sistemas de ações (organização do trabalho, produção, circulação, consumo de mercadorias, relações familiares e cotidianas) que procura revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar. (PCN+, 2000) A espacialidade relaciona-se as formas e arranjos espaciais, à distribuição e localização dos fenômenos e aos processos socioespaciais e socioculturais que os constituem. O espaço é considerado ao mesmo tempo como resultado de um processo histórico. Nesse sentido, ele tem uma dimensão real e física e uma dimensão simbólica associada aos sentidos e idéias. Ele é cotidianamente apropriado pelos grupos que nele habitam e lhes confere dimensões simbólicas e estéticas, sentimento de pertencimento. O espaço é sempre um lugar, isto é, uma extensão carregada de significações variadas. (Costa-Gomes, 1996:317) |
Território e Territorialidade | O território é a porção do espaço definida pelas relações de poder, passando assim da delimitação natural e econômica para a de divisa social. O grupo que se apropria de um território ou se organiza sobre ele cria relação de territorialidade. Ela se define como a relação entre os agentes sociais políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço. (PCN+, 2000) “Da mesma maneira como a gente pode dar voz à sociedade através da economia ou da cultura, também o território é capaz de mostrar a sociedade, tal e qual. [...] o território é um formidável revelador, porque não pode esconder nada. Porque ele é lugar de vida trabalho e circulação, é o lugar das relações sociais e do trato entre os indivíduos, e até mesmo da manifestação do espírito.” (Milton Santos, 1998) |
Paisagem | A paisagem é a unidade visível do arranjo espacial alcançado por nossa visão. Contém elementos impostos pelo homem por meio de seu trabalho, cultura e emoção. Nela se desenvolve a vida social que pode ser identificada pela percepção dos sentidos, e de maneira formal, seletiva e organizada como se faz nos estudos geográficos. (PCN+, 2000) A paisagem é um conjunto de formas heterogêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço. (Milton Santos: 1986) |
Lugar | O lugar é a porção do espaço apropriado para a vida. Ele é vivido, reconhecido e cria identidade. Guarda em si mesmo as noções de densidade técnica, comunicacional, informacional e normativa. Guarda em si a dimensão da vida como tempo passado e presente. É nele que ocorrem as relações de consenso, conflito, dominação e resistência. É nele que se dá a recuperação da vida. É o espaço com o qual o indivíduo se identifica mais diretamente por se tratar do espaço do cotidiano. (PCN+, 2000) |
Globalização Redes e Fragmentação | A globalização corresponde a uma etapa do processo de implementação de novas tecnologias, que acabaram por criar a intercomunicação entre os lugares em tempo simultâneo. Para sua ocorrência, torna-se fundamental a apreensão das técnicas pelo ser humano e a expressão das redes, que não se restringem à comunicação, mas englobam todos os sistemas de conexão entre os lugares. A globalização é basicamente assegurada pela implementação de novas tecnologias de informação e comunicação, isto é, de novas redes técnicas que permitem a circulação de idéias, mensagens pessoas e mercadorias, num ritmo acelerado, criando uma interconexão dos lugares em tempo simultâneo. (PCN+, 2000) O processo de globalização também é um processo de fragmentação. “As mesmas condições que alimentam a interdependência e a integração alimentam as desigualdades e contradições, em âmbito tribal, regional, nacional, continental e global” (Ianni, Octávio 1993,p.125) |
Região | A região continua sendo muito importante na análise espacial se for levado em conta o fato de ela ser sempre uma reflexão política de base territorial; por colocar em jogo um conjunto de interesses identificados com determinadas áreas, além de colocar em discussão os limites da autonomia frente a um poder central, como afirma Costa-Gomes (1995). A região define ao mesmo tempo um espaço de pertencimento e de inclusão a uma comunidade dada, inscreve também a inteligibilidade do sentimento regional vivido pelos signos identitários. |
Obs.: Material disponibilizado pelo prof. Marcelo Furtado referente à capacitação realizada pela Secretaria Estadual de Educação, em Setembro de 2010.
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